A ansiedade na maternidade é um sentimento que pode trazer repercussões para a mãe e o desenvolvimento do bebê, por esse motivo é tão importante compreender mais sobre esses sintomas.
Quando falamos de ansiedade é importante salientar que todos nós nos sentimos ansiosos, nem sempre é um sentimento ruim, pode ser considerado como motivador também, uma vez que ele nos sinaliza se é hora de reagir ou fugir diante das situações do cotidiano.
Compreender os sinais e sintomas é o que vai diferenciar se há um sofrimento ou prejuízo no dia a dia da mulher. Avaliar os sintomas é o diferencial para tratá-los em psicoterapia.
Mas afinal, quais são os sintomas que devemos ficar atentos?
Sudorese excessiva, taquicardia, insônia ou excesso de sono, fome descontrolada ou falta de apetite, inquietude, pensamentos acelerados, distorções cognitivas que quando somadas as alterações físicas traz prejuízos no dia a dia, e na interação e disponibilidade para com o bebê.
Sentimentos como medo, dúvidas, estado de tensão, irritabilidade, preocupações excessivas desencadeiam comportamentos ansiosos, e isso reflete na relação mãe-bebê diretamente, prejudicando assim o vínculo emocional, aumentando o sentimento de insegurança da mãe.
A interação mãe-bebê é de extrema importância para o desenvolvimento psíquico e emocional do bebê, que como consequência pode ser: menor sensibilidade e responsividade às expressões e sinais do bebê, dificuldade em responder de forma adequada às necessidades do bebê, dificuldade em criar um ambiente seguro para o estímulo e engajamento emocional do bebê, possíveis atrasos de desenvolvimento emocional e social, maior risco de problemas de saúde mental na infância e adolescência.
Estudos recentes apontam que uma em cada quatro gestantes podem apresentar ansiedade e depressão durante a gravidez. Além disso, resultados sugerem que 48% das gestantes que manifestaram sintomas de ansiedade e 70% das que apresentaram sintomas de depressão poderiam permanecer em sofrimento psíquico no puerpério e nos primeiros anos de vida dos filhos (Arrais, Araújo, & Schiavo, 2019).
Mudanças na rotina, alterações hormonais, privação de sono, falta de uma rede de apoio, maternidade solo, podem desempenhar papel importante no desenvolvimento dos sintomas.
A partir disso é importante salientar a importância da psicoterapia na gestação, pós-parto e puerpério, pois promove o autoconhecimento e o autocuidado materno fortalecendo assim sua capacidade de lidar com as emoções e o estresse. Alivia os sintomas de ansiedade, pois é um ambiente seguro para falar sobre experiências pessoais da maternidade e auxilia a construir um vínculo saudável com o bebê, também fortalece os recursos internos e o autoconhecimento da mãe diminuindo os sintomas da ansiedade e a probabilidade de desenvolver depressão pós-parto.
Transtornos psiquiátricos na mulher: diagnóstico e manejo [recurso eletrônico] / Organizadores, Amaury Cantilino, Maila Castro L. Neves, Joel Rennó Jr. – Porto Alegre: Artmed, 2023.
Arrais, A. R., Araujo, T. C. C. F., & Schiavo, R. A. (2019). Depressão e ansiedade gestacionais relacionadas à depressão pós-parto e o papel preventivo do pré-natal psicológico. Revista Psicologia e Saúde, 11(2), 23-34. https://doi.org/10.20435/pssa.v0i0.706
CHEMELLO, Mariana Reichelt; LEVANDOWSKI, Daniela Centenaro e DONELLI, Tagma Marina Schneider.Ansiedade materna e relação mãe-bebê: um estudo qualitativo. Rev. SPAGESP [online]. 2021, vol.22, n.1, pp. 39-53. ISSN 1677-2970.